04/10/2012

Família






                             Família é importante demais, jamais irei contra a isso. Mas, quero descorrer o quão este símbolo pode ser facilmente perdido principalmente nos dias de hoje.

                 A partir do momento da concepção, sendo ela desejada ou acidental, em guerrilha ou em paz, por união ou osmose, por amor ou ódio, o conceito de "família" sofre uma mutação. Se o protótipo ideal de família seria ter duas pessoas equilibradas, e previamente educadas e, que, teoricamente se amam, e, daí, decidem criar seus herdeiros até o fim, com educação, disciplina, valores, e, claro uma boa educação articulada e crítica, que raios as pessoas insitem em ter filhos a rodo, sendo que, este formato de "família" descrito já foi facilmente sucumbindo? Eu não me conformo como vemos facilmente uma massa de pessoas tendo filhos (voluntariamente ou por acidente) e achando que, na verdade, um bebê, nada mais é do que uma boneca articulada. Pessoas tendo filhos achando que, eles futuramente, serão obrigados a terem o discernimento sozinhos de como ser uma pessoa íntegra, sendo que, este próprio ensinamento  foi ausente para os próprios pais. Pessoas que querem, desejam, sonham, mas que, esquecem que a realidade é totalmente o oposto da fantasia do conto de fadas dos roteiros de Walt Disney. 

               Para discorrer sobre isso eu não quero entrar nos méritos políticos. Sem falarmos do poder de ir e vir, e, pessoas que realmente querem ter filhos e se acham no direito, tudo bem. Este discurso não é para você. A minha aflição é para quem banaliza este assunto - tema que está diretamente ligado a educação - e a integridade de alguém no futuro. E, a consequência disso, nada mais é que, filhos crescendo revoltados, pais alienados, pais que, na verdade não são pais, - pois eles também sentem falta do que não tiveram, e, sofrem angustiados (ou não) por não poderem dar o que também lhe faltou.

                Por isso isso que acredito que, triste por muitas vezes não é perder um pai, uma mãe, no decorrer da vida, acidentalmente. Explicações para a morte não são imediatas. Portanto que, se pelo menos você teve a sorte de ter recebido a educação e os valores que eles quiserem lhe dar. A morte, claro que é triste. Ela traz saudade, é lacuna, é vazio. Mas eu só consigo ver, por um outro lado humanístico que, mais triste do que perder um pai ou uma mãe, (depois de ter explorado uma história de vivência e sabedoria), é nunca ter tido isso por uma negligência do passado. É ter uma "família" só de nome, é carregar um nome que em seu núcleo é só um eco, um nada, paira no ar. Isso eu acho pior, ser um nada, e resultado de um "sopro" inconsequente.

              Não temos muito poder em relação a isso, mas este tema me tira o sono. Não podemos ter um controle da natalidade, bem como não podemos liberar facilmente o aborto por diversas razões ideológicas, (até compreesível muitas vezes) e, também pelo grito dos direitos humanos. Mas o que se pode fazer, é disseminar cada vez mais a importância que é a decisão de colocar um filho no mundo. A responsabilidade é muito maior do que conviver diariamente, levar a escola, e aguentar a rebeldia na adolescência. Criar, é dar ensinsamentos, é mostrar valores, é consolidar caráter.  E, se quem AINDA não tem um totalmente maduro E CONSOLIDADO, imagina o que se pode esperar de gerações futuras tendo filhos sem este modelo. Simplesmente o fim de pessoas críticas, pensantes, e articuladas. E este modelo não está para acontecer, mas sim, "estar acontencendo."